sábado, 7 de novembro de 2009

A "Epidemia" do Crack

A dependência do Crack tão complexa de tratar, não parece tão difícil de explicar. Como diria Galeano, o que se chamava de capitalismo, e que agora é chamado de "economia de mercado" fez o seu eterno papel, e jogou no mercado pobre, uma droga barata, mas angustiante, já que seu efeito é extremamente fugaz, esta droga é o Crack, que em poucos anos se apoderou das camadas pobres da sociedade e avança em níveis galopantes para a classe média e muito em breve para clase média-alta e classe alta de nosso país; motivos não faltam para explicar tal avanço, o crack é uma droga extremamente barata para quem a produz, ou seja é um produto excelente para o mercado atual, já que possui um custo baixo na sua linha de produção, garantindo sua alta lucratividade direta ( através de sua venda) e indireta (alimentando o "mercado da violência" e garantindo lucro para os países que vendem armas,por exemplo), além deste detalhe seu efeito corresponde a estratégia de todos os produtos que se jogam no mercado, possuem efeitos altamente fugazes, o que faz com que a necessidade de seu consumo seja alto, ou seja, a droga perfeita para uma "sociedade líquida" como diz o sociológo Bauman; e uma droga relativamente barata para quem a compra, digo relativamente, já que como o seu efeito é rápido comparado a outras drogas ílicitas, muitas vezes o custo do consumo do crack pode se equivaler ao custo do consumo de outras drogas. Por quê então o aumento do consumo de crack, se economicamente seu impacto fianceiro não se difere de outras drogas? a resposta é simples, e traz de volta a questão da sociedade líquida, marcada pelo individualismo, consumismo e imediatismo, então pode-se pensar que não se busca o crack somente pelos seus efeitos químicos que aplacam a angústia, a fome, a solidão e etc..., mas também pelo seu efeito psicológico, sendo asim se esta droga tem efeito rápido, o indíviduo tem a necessidade de comprá-la novamente em um espaço curto de tempo, aplacando esta angústia que marca a sociedade pós moderna de consumir em grende escala e consumir sempre. No próximo artigo sobre crack, vamos discutir sobre outra questão em voga, no momento, o tratamento desta dependência, sabendo de antemão, depois do que foi dito aqui, que as dificuldades do controle do consuma desta droga, não se dá só em relação a dificuldade do tratamento e sim a interação de múltiplos fatores.

Rodrigo Nogueira Borghi é Médico Psiquiatra e Diretor Clínico do Mental Medical Barra.

2 comentários:

Mary Ellen disse...

Isso é extremamente ultra séro! a mãe de uma amiga agora depois de outras drogas chegou ao Crack, e vive tendo overdose,e com isso a tal pessoa já não vive mais...até pq aquilo não se pode chamar de vida! Mais quem ta morrendo primeiro é a própria filha por ver o estado de sua mãe e não conseguir fazer mais nada!!!! o Crack pode-se comparar ao diabo que veio pra matar,roubar e destruir....pois é isso que ele ( o Crack)faz, mata não só a pessoa mais tbm a família, que em alguns casos tem que passar por tratamentos com proficionais altamente qualificados para conseguir sair desta!!!
Lamentável!

Mary Ellen disse...

* digo PROFISSIONAIS ..